Gestão de obras: entenda como evitar o desperdício de produtos

Com as margens de lucro reduzidas, a gestão de obras é um dos pontos iniciais a ser avaliado. Com melhores decisões não há a preocupação de repassar valores ao consumidor final. Diversas são as preocupações de um gestor para garantir que isso ocorra.

Uma delas é o desperdício, especificamente o de materiais, que traz prejuízos financeiros irremediáveis para a empreiteira. Além disso, existe o impacto na sustentabilidade, fator de diferenciação competitiva cada vez mais importante.

O que é e de onde vem o desperdício?

O desperdício de materiais pode estar associado a 3 etapas da construção, sendo identificado como material incorporado ou como entulho. Na primeira delas, a de planejamento, é a diferença entre a quantidade de material prevista em um projeto otimizado e a que realmente é necessária em um projeto idealizado.

Na segunda fase, de execução, é a diferença entre a quantidade prevista no projeto idealizado e aquela consumida. A última etapa que gera desperdício é na utilização desses materiais, sendo a diferença entre a quantidade de material prevista para manutenção da obra e a efetivamente utilizada em um certo período de tempo.

Quando falamos em perdas por utilização, nos referimos a alguns tipos. Elas podem ser por:

  • Substituição: quando é utilizado um material com características superiores ao necessário.
  • Transporte: manuseio excessivo ou inadequado.
  • Processamento: falta de treinamento da mão de obra ou de detalhamento do projeto.
  • Estoques: ineficiência no armazenamento ou programação inadequada.
  • Superprodução: a mais comum, que é a produção em quantidades superiores à necessária.

Gestão de obras e redução de desperdícios

Não é simples encontrar dados sobre os valores de desperdício atuais. Há 15 anos, uma pesquisa da USP apontava que o maior desperdício está relacionado à espessura excessiva. Outra pesquisa, também não tão recente, aponta que apenas na argamassa esse valor é de 90%.

No entanto, essas pesquisas apontam uma característica em comum: o desperdício varia bastante entre obras, materiais e métodos utilizados. Por isso é tão importante manter a atenção na obra como um todo.

Para auxiliar o gestor a diminuir os desperdícios, focaremos nossas sugestões em 4 aspectos práticos. Eles envolvem o bom uso de tecnologias, armazenamento correto, importância da reciclagem ou reutilização e o correto controle de compras

1. Tecnologias e métodos eficientes

O uso de tecnologias antigas é fator que induz o desperdício, pois está diretamente relacionada à eficiência de produção. Garantir que os melhores equipamentos e métodos sejam utilizados contorna esse problema e estica a margem de lucro.

É claro que o treinamento de colaboradores para realização de novas metodologias e aquisição de equipamentos de ponta são onerosos. No entanto, isso deve ser encarado como um investimento, onde o ROI é fácil de ser calculado, ainda mais se o serviço já era realizado sem esses diferenciais.

Nesse quesito tecnologia estão inseridos também os softwares de gestão de obras (ERP), que organizam as diversas etapas da obra, reunindo toda a informação em um único programa, tornando fácil a identificação de etapas problemáticas.

2. Transporte e armazenamento

Quando nos referimos ao transporte, falamos tanto do trânsito do material para a obra (quando de responsabilidade de quem está tocando a obra) quanto de sua manipulação no local de construção.

Por exemplo, grandes perdas acontecem com o concreto devido às gruas e carrinhos de mão (jericas), seja por equipamentos defeituosos ou má utilização, lembrando ainda que existem as perdas inerentes aos processos. Isso ainda levanta outra questão, que é a da utilização do equipamento correto para cada situação.

Apesar de ser incomum, empresas ainda recebem materiais que não podem sofrer exposição às intempéries sem a devida proteção. Garantir que o material de obra seja condicionado em contêineres, sobre pallets e protegidos por embalagens plásticas previne contra umidade e raios solares.

A logística também entra nesse quesito. A argamassa, por exemplo, uma vez produzida, pode ser utilizada em diversas frentes simultaneamente. Assim, é natural pensar que o local da produção tem que ser em um ponto ótimo entre essas frentes.

3. Controle de compra de materiais

Como o desperdício de materiais está associado à diferença entre o valor utilizado e aquele considerado ideal, é importante identificar a quantidade ideal de materiais. Isso exige uma certa experiência por parte do gestor, experiência essa que vem com o tempo ou que pode ser terceirizada.

Ao contrário do senso comum, quantidades insuficientes de material também levam ao desperdício. Deixando de lado a mão de obra e obras paradas, comprar menos material do que o necessário implica em gastos maiores, por causa do preço, muito menor quando em grandes quantidades.

Além disso, comprar material em caráter de urgência pode desestabilizar todo planejamento financeiro, bagunçando o fluxo de caixa e diminuindo a margem de lucro.

4. Reciclagem e reutilização

Uma obra, como vimos até agora, deve priorizar a diminuição de material excedente. No entanto, a conta raramente fecha, sobrando material até por questões de segurança. Uma maneira de contornar o excesso é por meio da reciclagem e reutilização.

Primeiramente, é importante diferenciar esses dois conceitos. A reciclagem significa reprocessamento e produção de novos materiais, ou seja, inserir o resíduo em um novo ciclo de produção. Já na reutilização, o item não é transformado em um novo produto, mas sim reaproveitado em outras possibilidades. Ambos conceitos estão presentes na construção civil e servem para diminuir o desperdício de material.

Diminuir gastos com desperdício também significa reutilizar da melhor forma possível resíduos de reformas, reparos, demolições, preparações de terreno e assim por diante. Exemplos de materiais reutilizáveis são tijolos, blocos cerâmicos, concreto, madeira e gesso. Para esse objetivo, é criado um Plano de Gerenciamento de Resíduos, que gere formas de separar o material útil dos demais (coleta seletiva) e também de descobrir onde pode ser utilizado na obra.

Todos esses procedimentos de redução de desperdício trazem benefícios ambientais, econômicos e sociais. Isso acontece pela redução da aquisição de novos materiais e até mesmo de geração de programas de construção popular, para gerar impacto social pela empresa por meio da reciclagem e reutilização.

Ter uma boa gestão de obras e  reduzir a quantidade de resíduos gerados altera consideravelmente o preço da obra e também os custos envolvidos com a manipulação do material em excesso. É dever do gestor garantir que isso ocorra.

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